sexta-feira, 31 de julho de 2009

GÊNEROS DA LINGUAGEM: A COMUNICAÇÃO DO DIA A DIA

GÊNEROS DA LINGUAGEM: A COMUNICAÇÃO DO DIA A DIA
CAVALCANTI, Afonso de Sousa, Professor de Filosofia, Sociologia E Política Educacional Brasileira da FAFIMAN. E-mail: , afonsoc3@hotmail.com

Comunicação oral Resumo.
Introdução: Neste trabalho, as várias formas de comunicação, oral e escrita, apresentam alguns significados de gêneros que são utilizados na retórica e na literatura. Estes, por sua vez identificam: os clássicos - o lírico, o épico e o dramático - e os textos modernos - identificados como romance, novela, conto, drama etc. Objetivos: Demonstrar que o uso dos vários gêneros, escritos ou orais favorece o relacionamento humano e melhora a utilização da língua. Reconhecer que o uso da língua efetua-se em forma de enunciados orais e escritos e este se origina dos integrantes da atividade humana. Material e método: Este estudo analisa ORLANDI, Eni Puccinelli.A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso. S. Paulo: Brasiliense, 1983; BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Trad. Maria Ermantina G.G. Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1992. Língua Portuguesa e Literatura. Cadernos de Ens. Fund. V. 8. SEED – Ensino de Primeiro Grau. Curitiba, 1994. Estes afirmam que a escola ajuda a cultivar seus tipos relativos e estáveis de enunciados, denominados de gêneros do discurso. Na ponte entre o professor e o aprendiz passam os vários gêneros da linguagem. Discussão: Escrever e falar com qualidade consiste em produzir a variedade dos gêneros do discurso. As produções dos gêneros do discurso são muitas. Estas atingem as diferenças: facilitam a compreensão, simplificam e objetivam a comunicação e aproximam os grupos para que criem e aumentem consciências individual e coletiva. Os gêneros aqui apresentados podem ser vistos como: primários – fazendo parte do cotidiano da linguagem (do imediato) -, expressos em formas de bilhete, cartas, diálogos, relatos familiares e outros; secundários (do mediato) – formulados pela linguagem oficializada -, destacados em romance, teatro, discurso científico, teses etc. Conclusão: Os comunicadores, ao relacionar-se com os outros, passando-lhes suas mensagens escritas ou orais, no momento da escolha do gênero, estes não se tornam espontâneos. O uso das mensagens depende de finalidades, tais como: informar, argumentar, instruir, entreter, seduzir, convencer, doutrinar, propagar e outros. As práticas discursivas e os gêneros do discurso variam conforme o texto é produzido. O texto escrito traz em seu bojo o objetivo de quem o escreveu, para quem o escreveu, porque o escreveu, onde o escreveu e outras exigências. Palavras-chave: Gêneros. Discurso. Linguagem. Práticas comunicativas.







GÊNEROS DA LINGUAGEM: A COMUNICAÇÃO DO DIA A DIA
CAVALCANTI, Afonso de Sousa, Professor de Filosofia, Sociologia E Política Educacional Brasileira da FAFIMAN. E-mail: , afonsoc3@hotmail.com

Introdução
Neste trabalho, as várias formas de comunicação, oral e escrita, apresentam alguns significados de gêneros que são utilizados na retórica e na literatura. Estes, por sua vez identificam: os clássicos - o lírico, o épico e o dramático - e os textos modernos - identificados como romance, novela, conto, drama etc. Para que o sujeito possa exercitar plenamente a cidadania, a moralidade, a felicidade, a reciprocidade e se realizar na solidariedade, o caminho exclusivo a ser trilhado é o da apropriação do saber cultural, científico e social, que a humanidade já processou nos mais variados tipos de textos que estão em circulação. Por isso, nesta pesquisa serão tratadas questões fundamentais como: se o professor entrar exigindo de uma vez a gramática, o uso de análises sintática e morfológica e impondo as regras da língua, isto poderá cansar os alunos, levando-os até mesmo à evasão escolar; a prática moderada, ao realizar exercício de confecção de gêneros (bilhetes, cartas, crônicas, narrações, e-mails e outros), isto faz com que o alunado aprenda a dialogar, a escrever, a falar bem e corretamente; a não cobrança maior e imediata da exatidão da língua, dá mais oportunidades para que os alunos produzam e encontrem por certo seus erros e os corrijam.

Exercícios de oralidade e de escrita
A oralidade é um dos conteúdos estruturantes do ensino da língua portuguesa. Por ser estrutural, é de fato o mais utilizado. Muitos professores consideram importante a escola trabalhar a oralidade, não importa o gênero a ser exercitado. Se o professor despejar no aluno tarefas longas que exijam de uma vez a gramática, a análise sintática e morfológica, e imponha, com muita rigidez as regras da língua, sem dúvida os alunos adquirirão cansaço e encontrarão grandes fantasmas, levando-os até mesmo à evasão escolar. Com doses equilibradas, acredita–se que a prática constante de exercícios com os gêneros definidos, segundo as necessidades e possibilidades do alunado, como nos casos dos mais utilizados, nas formas de bilhetes, cartas, crônicas, narrações, e-mails, bate-papos e outros. Estes farão com que o alunado aprenda a dialogar, a escrever, a falar bem e corretamente, além de exorcizar os fantasmas do medo de falar em público e de redigir textos científicos. O exercício constante da oralidade e da escrita, sem cobranças maiores que exigem de imediato a exatidão da língua, os aprendizes não terão maiores dificuldades em produzir e por certo, detectarão os erros e corrigi-los-ão. Este exercício, praticado dentro e fora da escola aponta possibilidades educacionais relativas à linguagem e ao seu uso, de forma que a produção e a compreensão de texto, a partir dos mais diversos objetos pesquisados, se realizem de modo significativo. Acredita-se que mesmo a prática constante do falatório (desde que não incentive o falso testemunho e o hábito da perda de tempo), isto é viável para a oralidade.
Ao pensar a metodologia, no preparo das aulas, o professor deve definir bem as estratégias (estudo em grupo e em equipe, leitura e interpretação de texto, confecção de resumo e resenha bibliográficos, interpretação e confecção de gráficos e de cartazes, projeções de vídeos, filmes e data show, apresentação de resultados de estudos e peças teatrais, recitação de poesias e apresentações de canções e outros) a fim de que os aprendizes fiquem ocupados o tempo todo e aprendam a administrar o tempo escolar para oralidade e a escrita.

Os vários gêneros e o poder da linguagem.

Ao refazer os sentidos dos vários gêneros, quer na oralidade ou na escrita, fica muito claro que:
1. A oralidade desperta os alunos a ter que pensar para poder falar. Se estivermos nas salas de aula e os alunos permanecerem calados, é sinal que não têm nada para falar ou então a turma ainda não se conhece. Acontece que isto dificilmente ocorre, em todas as idades;
2. A oralidade que vai desde a conversa mole, a fofoca, o falatório, o discurso de tribuna, a apresentação teatral, leituras e exposições de contos, poesias, cartas e outros gêneros, deve ser muito bem explorada, nas formas multidisciplinar, transdisciplinar e interdisciplinar, na escola;
3. Toda e qualquer celebração que exige o uso da voz, de forma a transmitir idéias e expressar sentimentos, isto é a oralidade. A oralidade desinibe, exige que o sujeito aprenda a falar e mais, organize suas idéias para não passar por ridículo;
4. Aquele que domina perfeitamente a oralidade, é sinal que detêm o chamado discurso mental, caso contrário não exporia o discurso verbal oral.
Os detentores de discursos verbais orais precisos podem muito bem exercitar o discurso verbal escrito e inclusive dominar diversos gêneros da comunicação, de acordo com as necessidades e conveniências, realizando as quatro finalidades básicas da linguagem que são:
a) Registrar tudo aquilo que é causa de todas as coisas, quer passadas, presentes ou futuras e que provocarão mudanças sociais; transmitir conhecimentos significativos aos outros, quer em forma de ensinamentos ou apenas de curiosidades.
b) Fazer com que os outros conheçam nossos objetivos e entendam o que projetamos para ajudar a todos os que nos cercam.
d) Agradar a nós mesmos e aos outros, como é comum à criatividade nos momentos de lazer e de enriquecimento cultural dos povos (HOBBES, 1992. p. 20-21).

Conclusão
Ao demonstrar o uso dos vários gêneros, escritos e orais, percebe-se que o sujeito favorece o relacionamento humano e melhora a utilização da língua, ao mesmo tempo em que reconhece que o uso da língua efetua-se em forma de enunciados orais e escritos e este se origina dos integrantes da atividade humana. Este estudo analisa ORLANDI, Eni Puccinelli.A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso. S. Paulo: Brasiliense, 1983; BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Trad. Maria Ermantina G.G. Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1992. Língua Portuguesa e Literatura. Cadernos de Ens. Fund. V. 8. SEED – Ensino de Primeiro Grau. Estes autores ensinam que aqueles que detêm o ofício de ensinar, necessariamente devem dominar a metodologia eficaz, de forma a facilitar o aprendizado por intermédio de instrumentos do ensino aprendizagem que causem prazer.
Escrever e falar com qualidade consiste em produzir a variedade dos gêneros do discurso. As produções dos gêneros do discurso são muitas. Estas atingem as diferenças: facilitam a compreensão, simplificam e objetivam a comunicação e aproximam os grupos para que criem e aumentem consciências individual e coletiva. Os gêneros aqui apresentados podem ser vistos como: primários – fazendo parte do cotidiano da linguagem (do imediato) -, expressos em formas de bilhete, cartas, diálogos, relatos familiares e outros; secundários (do mediato) – formulados pela linguagem oficializada -, destacados em romance, teatro, discurso científico, teses etc. Os comunicadores, ao relacionar-se com os outros, passando-lhes suas mensagens escritas ou orais, no momento da escolha do gênero, estes não se tornam espontâneos. O uso das mensagens depende de finalidades, tais como: informar, argumentar, instruir, entreter, seduzir, convencer, doutrinar, propagar e outros. As práticas discursivas e os gêneros do discurso variam conforme o texto é produzido. O texto escrito traz em seu bojo o objetivo de quem o escreveu, para quem o escreveu, porque o escreveu, onde o escreveu e outras exigências.
Para encerrar esta comunicação, é interessante saber e aprofundar sobre este pensamento: todas as pessoas que consomem boa parte de sua existência refletindo sobre todas as coisas alcançadas por seus sentidos e que filosofam sobre o ato de pensar e de ser crítico, estas têm maiores possibilidades de escrever bem e de argumentar de forma precisa e clara.

Referências
HOBBES, Thomas. Leviatã. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
ORLANDI, Eni Puccinelli.A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso. S. Paulo: Brasiliense, 1983.
PERES, Marcolino Suely. Comunicação e expressão e literatura IV. Apostila do INSEP, 2006.
REALE, Giovanni e ANTISESERI, Dario. História da Filosofia. V. I, II e III. 2 e. São Paulo: Paulus, 1990.
SOARES, Magda. Linguagem e escola: uma perspectiva social. 17ª ed. São Paulo: Ática, 2002.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

A conduta ética

A conduta do homem

Os homens, dotados de possibilidades de desejo, de vontade e de razão; portadores de sensação, de imaginação, de comunicação, de sociabilidade, de interação com a natureza e com a sociedade, não podem ser tratados como coisas mas sim como sujeitos. Pelo fato de o homem ser sujeito, pessoa, é portador de possibilidades para conhecer e ao mesmo tempo de valores éticos. Estes valores determinam a personalidade e proíbem atos ilícitos como a exploração, o comodismo, a omissão e a geração de conflitos.
Os valores éticos apontam para o sujeito os seus limites, os seus controles contra todos os riscos e violências. Os valores definem a consciência moral e fazem com que o sujeito controle os seus desejos, os seus impulsos pessoais que são motivados pela pressão social. Através da consciência moral que é regida pela racionalidade, que o sujeito humano determina o chamado atos da vontade contra os atos do desejo. É a ação voluntária do homem que o impulsiona a tomar atitudes entre os meios e os fins. Muitas vezes os meios são imorais e cabe ao sujeito renegá-los. Aceitá-los é faltar com os valores éticos. A vontade necessita ser livre. A liberdade da vontade indica que o sujeito não está sob o poder de outros e nem de paixões e instintos. A vontade deve imperar sobre o sujeito regida pela racionalidade. A ética está no sujeito moral e este existe de fato, se a sua vida for dotada de virtudes.
O verdadeiro homem moral e ético é aquele que está para si, para os outros e para todas as coisas do mundo. Alguns atributos são indispensáveis a este sujeito moral e ético: a) perceber-se como sujeito dotado de capacidade reflexiva e ao mesmo tempo reconhecer os outros homens como seus semelhantes (iguais em humanidade); b) controlar seus desejos, paixões, instintos, sentimentos, através do livre arbítrio. Ao controlar-se, o sujeito decide e delibera sobre as diversas alternativas oferecidas pela natureza das coisas; c) agir e responsabilizar-se por suas ações, frente a si mesmo, aos outros e às coisas do mundo. Suas ações serão responsáveis na medida em que assume as conseqüências; d) tornar-se livre e senhor de si para reger seus sentimentos e ações e não se submeter às forças e aos poderes externos que interfiram em seus sentimentos e querer. Ser livre é poder autodeterminar-se através dos preceitos escolhidos por sua própria conduta.
O sujeito ético, como qualquer outro agente, coloca-se diante da passividade e da atividade. O sujeito passivo é aquele que vive uma moral heterônoma e se deixa dominar pela vontade dos outros, por seus impulsos, paixões, instintos, pela sorte indeterminada. Não se deixa levar por sua própria consciência, não é livre e nem responsável. O sujeito ativo vive uma moral autônoma e se limita nas virtudes, agindo com regras profundas que foram escolhidas livremente por ele. O mesmo controla seus impulsos, desejos, paixões e consulta a todo instante sua consciência moral que é dirigida pela razão. Ao mesmo tempo, considera os outros seres humanos e se afasta de qualquer tipo de subordinação, de violência e de má intenção.
A ética norteia a conduta dos homens e aponta valores para a cultura e a sociedade. Uma sociedade que cultiva os valores éticos julga antecipadamente os seus procedimentos e determina que todos os seus membros, movidos por fortes imperativos do dever ser, se afastem do crime e da violência, do mal e do vício. Como meta final aponta os caminhos do bem e da virtude.
A ética está presente em dezenas de ações intersubjetivas e sociais. Está na História, na política, na economia, na religião e em todas as ações sociais. Os meios exigem a presença da ética para que o sujeito alcance um fim justo. Não é viável um fim justo através de meios ilícitos. É impossível que uma liderança social seja bem sucedida e que os fins alcançados sejam morais, se os seus liderados forem subordinados por suas mentiras, invejas, crueldade, adulação, exploração.
A filosofia nos orienta no sentido causa e efeito. Neste mesmo raciocínio, pode-se afirmar que a ética é uma disciplina que orienta o sujeito em relação aos meios e fins (CHAUÍ, 1997, p. 334-338; ARANHA E MARTINS, 1995, p. 273-282).
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando Introdução à Filosofia. 2 e. São Paulo: Moderna, 1995.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 9 e. São Paulo: Ática, 1997. 440 p.

domingo, 26 de julho de 2009

Colaboração- João Batista Cavalcanti. Campo Largo, 26 de Maio de 2009
(org. Afonso de Sousa Cavalcanti)

A VIRTUDE NATURAL DE ENVELHECER

O envelhecimento é inerente a todo ser vivo, que um dia nasceu, cresceu,passou por suas fases naturais, reproduziu ou não, esgotou suas energias corporais e um dia deve morrer.
Dizia minha falecida mãe Albertina que para morrer e necessário estar vivo e bem vivo!
Na sua simplicidade de vida, ela afirmava uma coisa muito natural e foi vivendo de modo muito simples e natural que teve 14 filhos, abortando 3, criando 11, sendo que 4 morreram ainda crianças com menos de 4 anos, vítima de malaria e males da terra.
Dos que sobreviveram, uma se foi aos 42 anos vitima de um AVC agudo.
Os seis sobreviventes a mais velha tem 71 anos e a mais nova 54, que passamos naturalmente pela infância, adolescência, idade adulta e os quatro mais velhos já são idosos pela lei brasileira. Quantos anos vão viver ninguém sabe. Se algum bater o Recorde, até hoje do Guines Book, chegará a 131 anos. É possível, mas será difícil!
Essa pequena história de uma família, é a mesma que poderia ter acontecido com qualquer uma outra de forma mais natural. A Psicologia afirma que a ONTOGENIA REPETE A FILOGENIA, isto vale dizer que cada ser humano que nasce, vai imitar todos os gestos e passos de seus ancestrais ou aprender com eles ou com outros. Isto acontece desde quando apareceu o HOMO SAPIENS. Assim nos primeiros tempos vivemos deitados, depois caminhamos engatinhando e usando os quatro membros, depois nos colocamos de pé e, com o tempo, começamos a curvar nosso corpo, sinal que nossas reservas energéticas estão se esvaindo e o fim se aproxima ou não.
Na sociedade capitalista como a nossa e na maior parte do globo, a supervalorização do novo e o culto ao belo são essenciais, assim sendo o velho se torna descartável em muitos casos. Para evitar isto, só sendo um OSCAR NIEMAYER, que ficou famoso e é famoso com mais de 101 anos.
O VICENTINO, participando das conferências, dos conselhos particulares, dos conselhos centrais, conselhos metropolitanos, conselho nacional ou conselho internacional, direta ou indiretamente, estará sempre ligado ao tema ENVELHECER. Seu campo de atuação será sempre a promoção humana, não importa a idade que se encontre o pobre individualmente ou a família do pobre.
Mundialmente falando, a maior atuação das conferências vicentinas, está ligada diretamente ao velho abandonado, excluído da sociedade onde viveu, foi proprietário, autoridade, participou de decisões importantes, foi jovem, adulto, respeitado, teve posses, foi tratado como gente, tudo isto em épocas que era igual à maioria, era forte e gozava esplendidamente de suas faculdades mentais, tinha energia física, era amigo de muitos, produzia e se igualava à maioria dos viventes humanos.
Velho, alquebrado, doente, muitas vezes com doenças degenerativas e letais, se torna um objeto DESCARTÁVEL, algo que atrapalha, já não caminha, não consegue nem se alimentar com as próprias mãos, não enxerga, não ouve, não consegue criticar, não participa de decisão nenhuma e em muitas situações é tremendamente explorado, as vezes pelos próprios ditos FAMILIARES, que se apossam dos seus bens adquiridos ao longo da vida ou de um simples cartão de aposentadoria que lhe provém o mínimo do sustento com referência à alimentação, remédios e vestuário.
E assim nos perguntamos onde fica a expressão ENVELHECER COM DIGNIDADE? Esse resto de gente, tem reservado seus direitos, graças às leis como por exemplo o ESTATUTO DO IDOSO. O estatuto existe, os que devem fazer o cumprimento do mesmo estão lá nos seus gabinetes, ganham para isso e são bem pagos. É amargo saber que o RESPEITO ao documento em grande escala não é cumprido mesmo dentro de instituições asilares, chamados atualmente de internamentos de longa permanência, que ainda continuam com nome de LAR DOS VELHINHOS, ASILO DE VELHOS SÃO FULANO DE TAL etc.
Para findar esta reflexão, coloco-me diante do espelho e observo a mim mesmo, percebo-me já envelhecido. Procuro olhar por dentro de mim mesmo, de minha vida pregressa e analiso o que até hoje já fiz em favor daquele que envelheceu. Por muitas vezes estive com os universitários e continuo dialogando com eles. Percebo que estou com dívidas com a velhice brasileira. Quem bom a gente poder falar para um jovem que não reconhece os méritos daquele que envelheceu de forma saudável. Para este jovem que na cara dura me diz: “Você está velho, está um caco!”. Para este eu tenho o prazer de dizer: estou velho, mas estou vivo!

A VIRTUDE NATURAL DE ENVELHECER

Colaboração- João Batista Cavalcanti. Campo Largo, 26 de Maio de 2009
(org. Afonso de Sousa Cavalcanti)

A VIRTUDE NATURAL DE ENVELHECER

O envelhecimento é inerente a todo ser vivo, que um dia nasceu, cresceu,passou por suas fases naturais, reproduziu ou não, esgotou suas energias corporais e um dia deve morrer.
Dizia minha falecida mãe Albertina que para morrer e necessário estar vivo e bem vivo!
Na sua simplicidade de vida, ela afirmava uma coisa muito natural e foi vivendo de modo muito simples e natural que teve 14 filhos, abortando 3, criando 11, sendo que 4 morreram ainda crianças com menos de 4 anos, vítima de malaria e males da terra.
Dos que sobreviveram, uma se foi aos 42 anos vitima de um AVC agudo.
Os seis sobreviventes a mais velha tem 71 anos e a mais nova 54, que passamos naturalmente pela infância, adolescência, idade adulta e os quatro mais velhos já são idosos pela lei brasileira. Quantos anos vão viver ninguém sabe. Se algum bater o Recorde, até hoje do Guines Book, chegará a 131 anos. É possível, mas será difícil!
Essa pequena história de uma família, é a mesma que poderia ter acontecido com qualquer uma outra de forma mais natural. A Psicologia afirma que a ONTOGENIA REPETE A FILOGENIA, isto vale dizer que cada ser humano que nasce, vai imitar todos os gestos e passos de seus ancestrais ou aprender com eles ou com outros. Isto acontece desde quando apareceu o HOMO SAPIENS. Assim nos primeiros tempos vivemos deitados, depois caminhamos engatinhando e usando os quatro membros, depois nos colocamos de pé e, com o tempo, começamos a curvar nosso corpo, sinal que nossas reservas energéticas estão se esvaindo e o fim se aproxima ou não.
Na sociedade capitalista como a nossa e na maior parte do globo, a supervalorização do novo e o culto ao belo são essenciais, assim sendo o velho se torna descartável em muitos casos. Para evitar isto, só sendo um OSCAR NIEMAYER, que ficou famoso e é famoso com mais de 101 anos.
O VICENTINO, participando das conferências, dos conselhos particulares, dos conselhos centrais, conselhos metropolitanos, conselho nacional ou conselho internacional, direta ou indiretamente, estará sempre ligado ao tema ENVELHECER. Seu campo de atuação será sempre a promoção humana, não importa a idade que se encontre o pobre individualmente ou a família do pobre.
Mundialmente falando, a maior atuação das conferências vicentinas, está ligada diretamente ao velho abandonado, excluído da sociedade onde viveu, foi proprietário, autoridade, participou de decisões importantes, foi jovem, adulto, respeitado, teve posses, foi tratado como gente, tudo isto em épocas que era igual à maioria, era forte e gozava esplendidamente de suas faculdades mentais, tinha energia física, era amigo de muitos, produzia e se igualava à maioria dos viventes humanos.
Velho, alquebrado, doente, muitas vezes com doenças degenerativas e letais, se torna um objeto DESCARTÁVEL, algo que atrapalha, já não caminha, não consegue nem se alimentar com as próprias mãos, não enxerga, não ouve, não consegue criticar, não participa de decisão nenhuma e em muitas situações é tremendamente explorado, as vezes pelos próprios ditos FAMILIARES, que se apossam dos seus bens adquiridos ao longo da vida ou de um simples cartão de aposentadoria que lhe provém o mínimo do sustento com referência à alimentação, remédios e vestuário.
E assim nos perguntamos onde fica a expressão ENVELHECER COM DIGNIDADE? Esse resto de gente, tem reservado seus direitos, graças às leis como por exemplo o ESTATUTO DO IDOSO. O estatuto existe, os que devem fazer o cumprimento do mesmo estão lá nos seus gabinetes, ganham para isso e são bem pagos. É amargo saber que o RESPEITO ao documento em grande escala não é cumprido mesmo dentro de instituições asilares, chamados atualmente de internamentos de longa permanência, que ainda continuam com nome de LAR DOS VELHINHOS, ASILO DE VELHOS SÃO FULANO DE TAL etc.
Para findar esta reflexão, coloco-me diante do espelho e observo a mim mesmo, percebo-me já envelhecido. Procuro olhar por dentro de mim mesmo, de minha vida pregressa e analiso o que até hoje já fiz em favor daquele que envelheceu. Por muitas vezes estive com os universitários e continuo dialogando com eles. Percebo que estou com dívidas com a velhice brasileira. Quem bom a gente poder falar para um jovem que não reconhece os méritos daquele que envelheceu de forma saudável. Para este jovem que na cara dura me diz: “Você está velho, está um caco!”. Para este eu tenho o prazer de dizer: estou velho, mas estou vivo!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A PROPAGAÇÃO DO EVANGELHO

Clemente pensou que poderia matar a fome de muita gente,
colocou a mão na massa e produziu pães para eles.
Em seguida pôs suas mãos orantes e
depois viu que poderia transcender o ato de ser padeiro,
afastou-se do puro serviço braçal
e se uniu ao servo Afonso Maria de Ligório.
Depois de passar horas e horas de profunda ascese
incorporou o "Dies impendere pro redemptis"(Consumir os dias em prol dos redemidos)
e foi muito além do propagar do Evangelho.

Clemente serviu-se da fragilidade humana
e aprendeu a cultivar o rico slogan, muitas vezes repetido por Afonso:
"Quem reza se salva..."
e foi adiante de seu tempo e convidou milhares de pessoas
para que falassem em nome de Deus e rezassem, rezassem muito.

As pregações de Clemente foram tão fortes,
seus convites continuam a vibrar através dos missionários
que com jeito e graça trazem novos meninos aos seminários
para que ensinem os milhares de pessoas
a se juntarem no divino propagar do Evangelho.

AS DUAS VIAS DA APREDNZAGEM

AS DUAS VIAS DA APRENDIZAGEM

CAVALCANTI, Afonso de Sousa, Professor de Filosofia e Sociologia pela FAFIMAN afonsoc3@hotmail.com

Resumo
Comunicação oral

Na escola ou fora dela, o orientador educacional trabalha entre a psicologia e a educação e, por isso, seu aconselhamento é chamado de psico pedagógico. A pesquisa quer promover a formação de profissionais competentes para atuar na orientação educacional, em realidades de educação escolar e não escolar, através de processos que estimulem a reflexão-ação-reflexão e conduzam os profissionais do magistério para uma educação com qualidade. Serão discutidos neste estudo os princípios e práticas da orientação educacional. O aprendiz, conduzido à escola, desde a mais tenra idade, vai aos poucos descobrindo que o sujeito aprende através da observação e da imitação. A observação depende da condução do espírito humano, que aos poucos estimula seus sentidos e se lança na execução de projetos. A orientação educacional é responsável pela implementação da construção do Projeto Político Pedagógico, promoção da integração e de meios necessários para que se estabeleçam os vínculos afetivos necessários ao ensino-aprendizagem, de forma a atender o aluno e a comunidade. A orientação educacional é um processo dinâmico, contínuo e sistemático, integrado em todo o currículo escolar e que percebe o aluno como um ser global que precisa ser desenvolvido nos aspectos físico, intelectual, social, moral, estético, político, educacional, religioso e profissional. Palavras-chave: Orientação. Estímulo. Descoberta.

A LEGITIMAÇÃO DA PROPRIEDADE: SER PROPRIETÁRIO É UM DIREITO NATURAL

A LEGITIMAÇÃO DA PROPRIEDADE: SER PROPRIETÁRIO É UM DIREITO NATURAL

Afonso de Sousa Cavalcanti – professor da Fundação Faculdade de Fil., Ciências e Letras de Mandaguari, Paraná.

Introdução. O ser humano recebeu do Criador os poderes da força, da beleza e da eloqüência. Através deles procriou e organizou o processo da civilização. Ter ou ser são dois atributos fundamentais que podem ou não ser visualizados pela população mundial. No aspecto do ter faremos referência ao domínio da propriedade da terra e ao seu uso devido. No tratado do ser observaremos as ações de racionalidade e de irracionalidade com o objetivo de refletir sobre as ocasiões em que os proprietários da terra consideram a terra com um bem natural para todos ou simplesmente a acolhem como um bem de negócio e de exploração.
O status social e a felicidade do proprietário. A apropriação legítima garante liberdade ao trabalhador proprietário, que pode, por seu próprio esforço, tornar-se um empreendedor. Aquele que se torna empreendedor liberta-se das possibilidades da expropriação e da exploração capitalistas. Esta ilustração na sua forma mais precisa vem dos economistas clássicos dos séculos XVII ao XIX. Se estes tinham razão em afirmar isso, então, os posseiros têm razão em invadir as áreas que ainda não são colonizadas ou trabalhadas (as terras devolutas e improdutivas).
A legitimação da posse da propriedade vem através do trabalho. Segundo John Locke, “Deus deu o mundo a Adão e sua posteridade em comum”. No Planeta Terra há espaço suficiente para que todos os homens possam produzir. A terra é propriedade de todos os homens. É através do trabalho que Locke determina a posse da terra (LOCKE, 1991; CAVALCANTI, 2001). Apropriar-se da terra, somente se torna legítimo se o homem o fizer através do trabalho. Os escravos negros, os agregados e os imigrantes contribuíram duramente com o trabalho da terra e a eles não foi conferida uma política justa e merecedora dos frutos de seu trabalho. Se os proprietários tiverem a terra simplesmente com a intenção de usar o seu valor econômico, como de fato representa a sua escritura pública, então tais proprietários podem ser taxados de usuários da terra para negócio e exploração.
A propriedade da terra, segundo John Locke, somente se consolida a partir de sua posse, através do trabalho. Enquanto o homem não modificar o espaço com seu trabalho ou projetar nele modificações, então não haverá ali posse, o apropriar-se propriamente dito.
Para Locke, um homem e sua família apenas necessitam de uma porção de terra para garantir seu sustento. A propriedade tem mais valor na medida em que sobre ela é aplicado mais trabalho. É através do trabalho que os homens se apropriam dos bens da natureza. É pelo trabalho que se determina a “extensão de terra que um homem lavra, planta, melhora, cultiva, cujos produtos usa, constitui a sua propriedade. Pelo trabalho, por assim dizer, separa-a do comum ”(LOCKE, 2001). As propriedades privadas surgiram a partir do trabalho sobre os materiais existentes. A extensão da propriedade teve sua origem a partir da força de trabalho que era empregada sobre ela. O que é excedente à força de trabalho, passa a ser propriedade de terceiros.
São diversos os meios existentes para que consiga o domínio da propriedade da terra. Se as pessoas se apropriam da propriedade através do trabalho, então as propriedades produtivas serão tidas como bens privados de seus produtores e não haverá lugar para idéias contrárias. Locke defendeu que se houver a posse da propriedade, apenas através das forças do trabalho, não haverá ocasião para o estado de guerra. Antes de haver a organização do trabalho, ninguém era dono de nada.
Tudo pertencia a todos e desta forma
Nenhum trabalho do homem podia tudo dominar ou de tudo apropriar-se, nem a fruição consumir mais do que uma pequena parte, de sorte que era impossível para qualquer homem, dessa maneira, usurpar o direito de outro ou adquirir para si uma propriedade com prejuízo do vizinho (LOCKE, 1991).
De acordo com o investimento, através do trabalho, os bens privados aumentam seu valor. Mais de dois terços da humanidade não sabe usar de sua força de trabalho. O estado pacífico não existe porque o trabalho não é racionalmente utilizado. O uso racional consiste em usar bem, em apenas se apossar do que é necessário para progredir. Locke teorizou que se um selvagem ou qualquer outra criatura humana se apossar de mais objetos, além daqueles necessários, então estará se apossando de bens que pertencem a terceiros (LOCKE, 1991; CAVALCANTI, 2001). No momento em que os homens se apossam da terra para produzir, estes fazem aumentar as possibilidades de mais reservas à humanidade.
Os desentendimentos gerados em torno da propriedade particular podem ser resolvidos através do pacto de consentimentos dos homens. Se os homens nasceram iguais e se fizeram unidade através do pacto e da criação do Estado, esta unidade se consolida a partir do momento em que for estabelecida a sociedade política. Tal sociedade somente será reconhecida se a comunidade agir de acordo com normas estabelecidas em leis e todos os homens reconhecerem que suas decisões necessitam resolver as diferenças de todos os membros daquela sociedade.
A formação do povo como corpo político, com poder de decisão, originará o poder legislativo que fará as leis necessárias para conduzir a sociedade. a ganância e o mau uso dos bens que pertencem a todos representam a irracionalidade. A racionalidade garante a igualdade e a liberdade. A irracionalidade humana pode destruir o convívio social pacífico e quase sempre gera a escravidão. Mostraremos a seguir que os conflitos sociais pela posse da terra representam a escravidão.
A escravidão é o estado de guerra, o próprio exercício de exploração e de expropriação, em que o conquistador, o colonizador e todos aqueles que tiveram lucros exorbitantes, através dos negócios de terras, exercem sobre todos aqueles que se obrigam a ter que comprar sua terra e até mesmo a invadi-la, caso desejarem sobreviver.
Prerrogativas indispensáveis da sociedade civil. A sociedade civil organizada tem por prerrogativa garantir a liberdade e proteger a propriedade e ao mesmo tempo evitar os inconvenientes causados pelas forças dos mais fortes sobre os mais fracos. Entendemos que a sociedade civil tem por obrigação garantir a manutenção da vida, através do acesso ao bem natural que é a terra. O trabalhador do campo torna-se livre a partir do momento em que pode fazer uso da terra, quer como proprietário, meeiro, parceiro, arrendatário e outros meios que lhe garantam o sustento de si e dos seus. A liberdade está em poder fazer uso dos bens naturais que se somam à terra em condição de produção.

CONCLUSÃO
Partindo dos seguintes pressupostos:
a) a terra é um bem natural e está comprovado que não é utilizada racionalmente para os que dela necessitam e querem trabalhar para produzir, cabendo aos grupos sociais organizados apelarem na defesa da propriedade limitada pelo trabalho, ao mesmo tempo contra a propriedade ilimitada, ou seja, o latifúndio;
b) é através do trabalho que o homem determina a existência da posse da terra. Apropriar-se da terra somente se torna legítimo se o homem o fizer através do trabalho, embora possa ser auxiliado com o uso de tecnologias. O trabalho investido possibilita a transformação dos recursos em riquezas.
Seguindo o raciocínio de Locke, percebemos que, para ele, um homem e sua família necessitam apenas de uma porção de terra para garantir seu sustento. Quem sabe, um pequeno espaço correspondente a um módulo rural bem-sucedido. A propriedade tem mais valor na medida em que sobre ela é aplicado mais trabalho, mais técnica. Certamente, na discussão existente sobre o mau gerenciamento das propriedades rurais (transformando-as em latifúndios e minifúndios), é preciso repensar muito sobre o poder tecnológico (a infra-estrutura necessária) para produzir mais e produzir melhor. Esta é uma forma de distribuir renda. O latifúndio e o minifúndio precisam passar pelos olhares da legislação atual. O aumento do mau uso das propriedades brasileiras está fundamentado sim na falta de trabalho bem ordenado sobre elas. Os latifundiários utilizam-se das escrituras de suas terras para levantar recursos econômicos (dinheiro) a fim de comprar mais terra, ou ainda para investir em meios financeiros mais rentáveis. Os donos de pequenas propriedades improdutivas (minifúndios) não possuem meios para levantar recursos necessários junto de setores financeiros, de forma a ter folga para os seus empreendimentos. Sendo assim, a propriedade da terra deve atingir seu fim social. Por este fim entende-se: a moradia e o sustento da família que reside na propriedade. A família moradora deve transcender às dádivas da mãe natureza e sim cuidar dela com esmero e sensibilidade.

REFERÊNCIAS
CAVALCANTI, Afonso de Sousa. A política no confronto entre os pensamentos de Thomas Hobbes e John Locke: por uma ética política(a). 2. ed. Mandaguari: Arte Final Gráfica e Editora, 2001.
LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo. Trad. De E. Jacy Monteiro. 5. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991.
MARTINS, José de Souza. Expropriação e violência. A questão Política no campo. 2 ed, São Paulo: Hucitec, 1982.

A MISERICÓRDIA DE DEUS E O HOMEM PECADOR

A MISERICÓRDIA DE DEUS E O HOMEM PECADOR
Afonso de Sousa Cavalcanti – Ex-seminarista redentorista: 1969-1974

Ao admitir que os seres humanos, antes do processo civilizatório, experimentaram os sofrimentos do estado de natureza e viveram por séculos mergulhados em guerras e conflitos, onde suas vidas eram “curtas, sórdidas e embrutecidas” (HOBBES, 1983), CERTIFICA-SE QUE:
a) milhares de instituições organizaram saberes com o intuito de regimentar os direitos naturais em direitos civis, evitando os conflitos sociais de todas as naturezas;
b) após o entendimento e a sensibilidade de pesquisadores engajados nas ciências humanas e sociais, novos métodos comportamentalistas foram criados, de forma a facilitar a compreensão e aceitação da moral provisória instituída pela nova sociedade civil;
c) com a existência do Estado e com as definições de suas formas de soberania, em muitas nações, houve lugar especial para o culto religioso. E, com a excelência da religiosidade, pode-se dizer que o Cristianismo trouxe à luz um novo tempo, veio com ele a chave de ouro bíblica: “Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vos a eles. Esta é a Lei e os Profetas” (Mt 7,12);
d) com a Pedagogia Cristológica, a Igreja Católica instituiu os sacramentos. Com grande eficácia, os participantes ativos se aproximam da graça divina. O confessando, num gesto de pura humildade, esvazia o peso de sua consciência moral, narrando em voz alta os erros por ele cometidos. O confessor, ordenado pela bondade infinita de Deus, usa da misericórdia do Senhor e perdoa os pecados;
e) a misericórdia divina é grandiosa e redentora para perdoar e salvar todos aqueles que erraram por pensamentos, palavras e obras maledicentes.
Aprendemos com os bons confessores e neste texto quero prestar uma fervorosa homenagem ao padre Hélio Libardi, CSsR, que com sabedoria nos ensinou que: o cristão que vive em bom estado de oração, comunhão, esmola e outras asceses religiosas, este dificilmente cai em pecado grave. Neste caso, quando precisar buscar um sacerdote para se confessar, pode dizer a ele que veio “solicitar a renovação do perdão de seus pecados”, pois no período em que está vivendo, após a última confissão, este tem convicção de consciência que não se afastou da comunhão com a sua Igreja. Afastar-se da comunhão com a Igreja é pecar. O pecado consiste em matar, explorar, excluir, diminuir, afastar o outro de seus direitos individuais e coletivos. Para este padre, DEUS NOS QUER SEMPRE BEM NA MEDIDA EM QUE O BUSCAMOS.




HOBBES, Thomas. Leviatã ou matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Abril Cultural, 1983.